[Eva]

Jamais esquecerei o exato momento em que conheci o pecado e que, por um deslize, transformei a história de toda humanidade. Paguei um preço alto demais por ter dado ouvidos àquela astuta criatura e ter-me deixado seduzir pela mentira. Perdi para sempre a inocência e o bem mais precioso que se pode ter: a comunhão plena com o Senhor.
Não havia porque cair na cilada da serpente. Além da beleza inenarrável do Éden, Adão e eu usufruíamos de uma convivência tão harmoniosa com o Deus eterno, que O ouvíamos passear todo dia pelo jardim e vivíamos momentos de pura intimidade com o Criador. Tínhamos muito mais do que precisávamos para viver em plena alegria.
Mas algo terrível e inexplicável aconteceu. Por algum motivo, Adão não estava ao meu lado no momento em que a ouvi. Assim como eu, a serpente encontrava-se perto da árvore do conhecimento do bem o do mal, cujos fruos Deus nos proibira de comer para não morrermos. Porém, a maligna criatura me convenceu do contrário: aquele fruto nos faria ter o conhecimento de Deus! Seduzida por tais palavras, contemplei a árvore e notei que os frutos pareciam saborosos. Foi quando me senti tentada a prová-los, pois desejei conhecer o bem e o mal. Fui fraca e não resisti. Enquanto mastigava, Adão aproximou-se. Querendo dividir o que eu considerava uma descoberta, dei outro fruto ao meu marido, que o comeu sem questionar. Então, tivemos os olhos abertos para o mal e nos sentimos sujos e envergonhados. Tentamos nos esconder do Deus eterno, mas foi em vão. Ele sabia que havíamos pecado: fui enganada pela serpente e Adão desobedeceu ao Senhor ao aceitar o fruto. Fomos expulsos do Éden e recebem,os duras sentenças. Longe do jardim, só nos restava recomeçar a vida, sabendo que nunca mais seríamos os mesmos.

(Agenda do Smilinguido 2010)

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